Nos dias 17, 18, 19 e 20 de Fevereiro do ano da graça de 2007 realizou-se a Actividade de Encerramento da Caminhada do Núcleo de Braga, na Base Nacional da IV Secção, Drave. Nela estiveram presentes os Clãs de S.J.S. Lázaro, Rendúfe, Sé, Dume, Pedralva, Lomar, Figueiredo, S. Vicente e Montariol.
O Clã de S.J.S. Lázaro participou com 4 dos seus 16 elementos: Paula Costa, Nuno Rocha, Bruno Gonçalves e Pedro Rodrigues.
Dia 17 e 18No primeiro dia da actividade, a concentração teve lugar no largo em frente aos Bombeiros Sapadores por volta das 7:30h. Depois de um breve briefing com os Chefes de Equipa em que se seleccionou o material que se ia levar para a actividade, a equipa de Animação deu as boas vindas aos presentes e distribuiu uma pergunta relacionada com o imaginário da actividade, à qual cada elemento devia responder e entregar até ao fim da actividade.
“O que é afinal o triunfo?”
Lá nos fizemos à camioneta e às 10:30h já estávamos em Arouca. Aí procedeu-se à formação das Equipas e Clãs in, e, de seguida, à distribuição do material e mantimentos por cada Clã.
Os nossos elementos ficaram distribuídos da seguinte forma: Bruno e Nuno no Clã Gálatas; Paula na equipa Macedónia e Pedro na equipa Ananias do Clã Coríntios.
Os almoços foram realizados em Clã in, e a ordem de início da Caminhada dos nossos Clãs foi a seguinte: Gálatas partiram às 12:30h e Coríntios às 13h.
- Raid do Clã GálatasO clã Gálatas composto por 14 elementos e chefiado pelo Marco Ferreira foi o segundo clã a começar o raid, mas só depois de realizado um jogo que deu para trazer ânimo ao grupo.
Depois de termos saído do centro de Arouca e de termos visto qual o melhor caminho a percorrer, partimos em direcção a Bouceguedim. Após algumas subidas íngremes, decidimos parar para almoçar debaixo de um coberto próximo do campo de futebol do Arouca, almoço este ao som da chuva que se fazia sentir naquele momento.
Ao fim do almoço continuamos o nosso percurso, que teve momentos extremamente difíceis caracterizados por alguns como “o caminho para o calvário”, mas estes momentos foram totalmente recompensados com as paisagens tranquilas e fantásticas a que assistimos.
Ao chegarmos a Bouceguedim fomos à procura de estadia, mas infelizmente o local que encontramos, que tinha água, luz e vizinhos simpáticos teve de ser deixado para traz, já que os chefes dos outros clãs decidiram que os três clãs deviam pernoitar no mesmo sítio. Foi neste dia à noite que pela primeira vez o nosso clã confeccionou a sua própria alimentação, que dadas as condições, estava muito bem. No período que se seguiu ao jantar o clã aproveitou para fazer uma reflexão sobre o dia no qual alguns elementos incluindo o chefe Marco aproveitaram para contar algumas anedotas, trazendo assim muita risota ao clã.
No dia seguinte deixamos a casa arejada (sem janelas nem portas) e partimos em direcção a Covelo de Paivô. No início desta caminhada já se fazia sentir a união do grupo que não deixou que ninguém desanimasse. Este percurso também foi bastante complicado, já que grande parte foi feita a subir, e digamos que as mochilas e as botijas ainda eram pesadas. Mas a parte mais cansativa ainda estava para vir. À chegada a Covelo de Paivô encontramos o terceiro Clã já a almoçar, que entretanto nos tinha ultrapassado. Nós aproveitamos para fazer o mesmo, e foi próximo da Igreja que confeccionámos a nossa massa com presunto, que deu energia para o resto do raid.
À saída de Covelo de Paivô o nosso clã ainda não tinha certezas do caminho que nos esperava, a única certeza era a de um caminho longo e duro até à Drave. Partimos em direcção a Regoufe, fazendo-nos acompanhar pelo terceiro clã, que mais tarde viria por se afastar. Este longo trajecto foi acompanhado de muitas quedas, muitas paragens forçadas, e por algumas reflexões. Foi neste momento do raid que foi precisa e conseguida a entreajuda entre todos os elementos do Clã, onde todos tiveram um papel fundamental.
Chegando a Regoufe o Clã parou para descansar e fazer a sua ultima reflexão, mas esta foi uma paragem rápida, já que o tempo urgia, e fazer um raid de noite não era nada agradável. Depois de mochilas às costas lá partimos em direcção à Drave. Os primeiros metros foram esgotantes, já que foram feitos sempre a subir, mas chegando ao cume deu para descansar minimamente, fazer as ultimas chamadas para casa, e para contemplar a esplendorosa paisagem da Serra da Freita.
Já quase a chegar, considerávamos nós, o pensamento era o de conhecer a Drave, de conviver com os restantes elementos, e de descansar. Mas este percurso final apesar de ser sempre a descer, foi feito quando o sol já desaparecia, ou seja muito mais arriscado, e por isso muito mais demoroso.
Por volta das oito horas e já com a noite serrada conseguimos chegar à Drave, física e psicologicamente desgastos, mas sempre com a mesma ligação entre todos os elementos e a mesma união que nos fez acompanhar desde Arouca.
- Raid do Clã CoríntiosO Clã Coríntios chefiado pelo Chefe Vítor era constituído por 15 elementos: Pedro, Paula, Álvaro, Joana, Cristina, “Salsa”, Tiago, Andreia, “Kiko”, Josué, Bruno, Filipe, Daniela, David e Catarina.
Depois de termos almoçado ainda em Arouca, foi-nos entregue a Carta Militar e as coordenadas do nosso destino final para esse dia: Bouceguedim.
Traçada a nossa rota na Carta, lá nos fizemos à estrada quando o sino anunciava as 13h. Dados os primeiros passos rumo ao nosso primeiro ponto de referência, o estádio local, a chuva começou a cair, anunciando o que iria ser uma tarde que alternava os aguaceiros com o céu cinzento! Quando chegamos ao estádio que distava cerca de 2 km do nosso ponto de partida, já havíamos feito duas paragens para “reajustamentos” necessários à custa da chuva.
Durante o resto do caminho que alternou entre estradas alcatroadas e caminhos de terra, fomos “premiados” com um relevo muito irregular que, adicionado ao peso que carregávamos e a chuva que ia sendo descarregada em cima de nós, tornou toda aquela experiência um bocado exigente em termos físicos, apesar de animicamente estarmos completamente motivados e entusiasmados! Mas nem tudo foi mau, sobretudo devido à ajuda das pessoas que íamos encontrando pelo caminho, que nos foram indicando atalhos.
Ainda assim, a tragédia abateu-se sobre nós ainda antes de chegarmos a Bouceguedim: a Cristina ressentiu-se de um problema no pé e teve que seguir o resto do caminho na carrinha de apoio. Nós queríamos ir junto a ela, mas o chefe questionou as nossas intenções e lá tivemos mesmo que seguir todos a pé sem Ela.
Cerca de 2 horas depois chegamos ao nosso destino para esse dia: Bouceguedim. Uma aldeia simples situada ao longe de uma encosta com cerca de 3 dezenas de habitações. Depois de uma breve conversa com uma habitante local, conseguimos alojar-nos numa casa ainda em construção, mas mais que suficiente para nos dar abrigo à chuva e ao vento até ao dia seguinte. Mais tarde os outros Clãs juntaram-se a nós, e escolhidos os quartos, lá nos pusemos mais confortáveis e fomos cozinhar o jantar que, parabéns ao cozinheiro, estava delicioso. Depois de uma reunião de reflexão sobre a caminhada e espírito de Clã, foi-nos dada autorização para ir dormir, e assim fizemos.
No dia seguinte a alvorada deu-se por volta das 9h (pelo menos para o nosso Clã), e findo o pequeno-almoço e arrumações, era tempo de reunir e saber o nosso destino final, que já todos sabíamos: Drave.
Mais uma vez fomos o último clã a fazer-se a caminho mas, apesar das paragens para descanso ou mesmo “só para a fotografia”, ultrapassamos os outros Clãs ainda antes de chegarmos ao Covelo de Paivô, onde acabamos por almoçar.
Findo o almoço, tempo de nos fazermos para a etapa mais exigente de toda a caminhada: a subida e descida até Regoufe. Ainda por cima, para nossa “sorte”, tivemos que nos enganar no caminho e com o sol a fazer subir as temperaturas, aliada à carga física, este troço, para muitos, foi um autêntico pesadelo! Deviam ser 17/18h quando chegamos a Regoufe, aquela aldeia em pleno vale, com as nossas garrafas de água prontas a atestar e as pernas a exigir descanso.
Meia-hora depois já estávamos a subir a última montanha, aquela que nos separava da Drave, que se encontrava no vale do “lado de lá”. Paragem para fotos no cimo do monte, algumas escorregadelas na descida que já se fazia com lanternas em riste, e ás 19:45h já todo o Clã se havia reunido na “nossa” Base.
Todos os Clãs foram recebidos com limonada e uns exercícios de relaxamento que conseguiram arrancar gargalhadas de todos e subir os níveis de alegria e divertimento. Afinal, o pior já tinha passado.
Lá nos dirigimos para o campo, alguns elementos foram requisitados para cozinhar, os restantes entretiveram-se a montar as tendas e arrumar as coisas. Lá jantamos todos, os elementos conviveram um pouco a descrever as aventuras do dia e lá se acabou por ir dormir, quando a fogueira começou a libertar mais fumo que calor.
Dia 19Alvorada 8h: e nada como uns chuviscos para começar bem o dia.
O dia foi iniciado com o pequeno-almoço em conjunto, seguido da visita à Drave, por clã.
Durante essa visita, ficamos a conhecer algumas maravilhas da “aldeia mágica”. A casa do silêncio, decorada por um altar e velas em todo o seu redor – local de reflexão -, a casa de convívio para a IV Secção, entre outras, ainda em construção, a capela e as fabulosas cascatas e lagoas que, pelo facto de termos chegado no domingo à noitinha, nos foi impossível de apreciar previamente.
De volta ao campo, cada elemento passou para o papel a sua opinião sobre “O que é afinal o triunfo?” e, ainda, foi feito um comentário geral acerca de uma carta de S. Paulo dirigida aos Caminheiros.
Ainda antes do almoço, houve a Celebração da Palavra, orientada pelo Chefe Vítor, em que todo o grupo, reunido na casa de convívio devido às fracas condições climatéricas, assistiu e participou.
Na parte da tarde, esperava-nos a mais importante e árdua tarefa que nos levara a Drave: carregar barrotes desde o topo da serra até ao vale! – estes troncos serão necessários nas reconstruções de casas, trabalho que será (re)iniciado na próxima Primavera. Eram bem pesados e nem pensar em carregá-los a solo. Portanto, a maioria dos rapazes trataram de puxá-los serra abaixo com sisal, enquanto que as meninas, duas a duas carregavam um. Nada que, com força de vontade, apesar da pouca ajuda de S. Pedro que teimou que nesse momento tinha de chover “a potes”, não se conseguisse!
Missão cumprida, alguns dos elementos decidiram ir ao banho, num lago de água gelada, e toca a aquecer o estômago!
Cada clã reuniu-se numa casa, abrigados da chuva, até à hora do jantar.
Após um longo tempo de espera, reuniu-se todo o grupo na casa de convívio, onde jantamos, “buffet escutista”, e permanecemos para o Fogo de Concelho.
Este foi iniciado com uma apresentação de fotos, todas elas referentes à Caminhada de Núcleo, que agora davam por terminada. De seguida, houve a apresentação de uma peça e de um jogo, por clã. Animação não faltava, porém o corpo já pesava e, após terminado o Fogo de Concelho, foram dadas as boas noites.
Retiramo-nos e fez-se silêncio!
Dia 20Este foi o último dia da actividade, e começou com chuvinha, claro está. Após um pequeno-almoço em passo acelerado, procedeu-se à primeira fase de desmontagens, que foi interrompida para se realizarem dois jogos com toda a comunidade: o primeiro era conseguir arranjar um passo de dança uniforme, o outro, bem mais social, obrigava-nos a descobrir uma virtude que nos havia sido colada nas costas, por via de conversas com os outros, e, posteriormente, devíamos distribuir as nossas virtudes por quem achássemos ser merecedor delas.
Findo isso, segunda parte de desmontagens e quando foram concluídas, procedeu-se à sempre importante limpeza de campo.
Como o almoço tardava, todos os elementos foram convidados a levar material ao topo da serra onde no dia anterior tínhamos ido buscar os barrotes de madeira, para assim, quando fosse a hora da partida, só irmos carregados com as mochilas e nada mais.
Assim se fez, e quando voltamos à Aldeia, já o almoço estava prontinho a ser devorado, e ninguém se fez rogado para o fazer! Findo o almoço, um Clã ficou com a loiça, outro com a limpeza e o último ficou com a limpeza do WC. Assim se fez e meia hora depois estávamos prontos para dizer adeus à “nossa” Base.
Foi com um misto de saudade e sensação de dever cumprido que nos fizemos ao caminho, mas mais uma vez as condições climatéricas voltaram-se contra nós e fomos presenteados com Chuva e Granizo até ao fim da nossa última caminhada.
Chegamos junto à estrada e ficamos a saber que a camioneta estava atrasada… Tempo de tirar então algumas fotos, mas o tempo logo tratou de ficar mais desconfortável e o granizo voltou com toda a força (ou seria neve?)!
A camioneta chegou, rapidamente nos dirigimos para o seu interior e depois era tempo de recolher nºs d telemóvel ou outros contactos e avaliar a actividade! Chegados a Braga depois de uma breve paragem numa estação de serviço, tempo das despedidas e fotos da praxe, ficando no coração de todos nós o desejo de que em vez de um Adeus, apenas seja um Até Já.
E quanto a Drave, prometemos voltar, pois sentimos que ainda podemos fazer mais, e ao mesmo tempo sentimos que ainda temos muito a conhecer da nossa saudosa e bela Base.
FIM
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